terça-feira, 6 de dezembro de 2011

POLO EMPRESARIAL

OPORTUNIDADE QUE SE TRANSFORMOU EM DESESPERO




Neto Barros



Os maus exemplos vistos nos últimos sete anos da administração municipal revelam o vazio criado por uma gestão sem compromisso com o desenvolvimento social e econômico da comunidade guanduense.
As lamentações provocadas pelas excelentes oportunidades perdidas são ouvidas em todo canto.
Exemplo disso é a área de 4 alqueires localizada na entrada da cidade (BR 259), adquirida por módicos R$ 100 mil no terceiro ano do último mandato do ex-prefeito Chico Barros (2001/2004), que seria destinada à instalação de empresas e serviria para a construção de 230 residências, conforme o projeto original.
Ocorre que tão logo se iniciou o mandato (2005) a prefeitura resolveu doar a área para o governo do estado, que realizou investimentos na ordem R$ 3 milhões. Relembro, entretanto, que havia mais de R$ 8 milhões em caixa, o que seria suficiente para realizar toda a infraestrutura e até construir os galpões, facilitando ainda mais a vida de quem desejava investir.
Porém, mesmo “repassando a bola” para o governo do estado, a prefeitura atrasou a elaboração dos projetos para a legalização da área e os estudos do terreno, como havia ficado obrigada no convênio. Resultado: a população foi obrigada a esperar todo esse tempo e só agora dizem que começaram a vender alguns lotes (dez ao todo).
Tenho minhas dúvidas se esse era o melhor caminho. Mas até que enfim a coisa andou. Será mesmo? Só sei que quem tinha 16 anos quando votou no prefeito para o primeiro mandato (2004), agora, já está com 23 e possivelmente terá de esperar um pouco mais, pelo menos um ano, para ver as tão sonhadas vagas de emprego aparecem. Tomara que saiam antes disso!
Durante todo esse tempo o povo esperou ansioso por algum resultado, mas o grupo político que governa o Município fazia desse assunto um verdadeiro palco para o estelionato eleitoral. Foram dezenas de atos solenes, lançamentos de pedra fundamental, festas, foguetórios etc., sempre em épocas pré-eleitorais. Curiosamente, nos anos ímpares, 2005, 2007, 2009, e 2011 (quando não tivemos eleições), tudo permaneceu parado (ou andou a passos de tartaruga).
Depois que se aproveitaram disso em duas eleições (2006 e 2008), quando venceram nas urnas do nosso lugar, e principalmente quando perceberam nas últimas eleições (2010) que a população não cairia mais nessa velha ladainha, os inquilinos da prefeitura resolveram inovar. Está tudo muito claro! O desespero bateu à porta. Ora, as eleições de 2012 estão aí, faltam apenas alguns meses para a grande batalha eleitoral começar.
A pergunta que não quer calar é a seguinte: onde estariam as mais de 60 empresas (já cadastradas) interessadas em se instalar no polo? Essa mentira foi amplamente publicada nos jornais pagos com o nosso dinheiro. Então era só para iludir o povo? Estavam à procura de voto fácil? É claro! A resposta, infelizmente, é sim. Enganaram a população. Brincaram com a expectativa das pessoas. Isso é lamentável.
Logicamente que a maioria da população e os empresários (desconfiados e revoltados com os desmandos) temem estar comprando gato por lebre. Não se preocupem! Os que comprarem terão o meu apoio. Espero ver a área que meu pai sonhou como a nova fase de nossa industrialização funcionando a todo vapor. Sei que muito mais investimentos serão exigidos. Do jeito que a área está os aterros para nivelamento custarão tanto quanto ou mais do que os próprios lotes adquiridos. Por isso os empresários terão nosso apoio, indistintamente.
É lógico que a administração do Município jogou fora uma excelente oportunidade de fazer história de forma positiva. Muito se fala nas receitas expressivas que somam mais de R$ 400 milhões nesses últimos anos. Sem contar os recursos do Fundap, dos royalties do Petróleo, ou das transferências dos governos federal e estadual. Enfim, uma fábula de recursos que se bem aplicados, teria elevado Baixo Guandu a um patamar muito diferente do que hoje nos encontramos.
Enquanto isso a realidade social é lastimável. Nossos índices são os piores do estado. Em contrapartida, nossa receita é uma das melhores. Como isso é possivel? São assustadoras as notícias de assassinatos, furtos, e roubos. O uso do “crack” se alastra a cada dia. A prefeitura nega atenção nas áreas de maior carência como a saúde e a educação. Reportagens na televisão e nos jornais saem quase que diariamente informando essa vergonha.
Sobretudo falta oportunidade aos guanduenses. Todos veem atônitos a desvalorização do serviço público, perseguição política desenfreada, falta de zelo pelo patrimônio público. Não se vê incentivo às atividades culturais, desportivas, de entretenimento e lazer. Veja que a reforma do Cine Alba (o Estado enviou o recurso desde 2008) quase de R$ 2 milhões está desde as eleições passadas, paralisada. Como isso é possível?
Nosso município precisa de uma gestão inovadora, que sirva de marco para o desenvolvimento sustentável, que corte os aluguéis inúteis, renove completamente a comissão de licitações, que aprove leis mais práticas e modernas, e faça investimentos com retorno para a população. Nos últimos mandatos não se percebe investimentos utilizando as receitas próprias do Município, só há investimentos de fora. Por que será? Quando vereador, o prefeito vivia denunciando o presidente da comissão de licitações, porém, desde que assumiu a prefeitura, fez dele o seu “braço direito”. Qual a explicação? Essa situação tem dia e hora para acabar. A administração tem de ser ética.
Vejo que a prefeitura, no próximo mandato, terá de criar muitas novas oportunidades para a atração e fortalecimento dos negócios na região, até porque, da forma como planejaram o polo, com lotes de 1 a 1,5 mil metros quadrados, a área não suporta mesmo empresas de grande porte, do tipo que sonhamos. Para isso acontecer, a prefeitura terá de trabalhar muito mais. Criaremos o Plano Municipal de Industrialização, paralelamente ao governo do estado, daremos ênfase a nossa intenção que é gerar emprego e renda, fazendo circular mais riquezas no nosso mercado. 
Assim, valorizando os trabalhadores e empresários locais (já estabelecidos ou que queiram montar um negócio), eles que são os grandes responsáveis pela nossa economia, ao lado das atividades agrícolas (que também devem ser estimuladas e incrementadas) iremos preparar o terreno de uma nova etapa do nosso desenvolvimento.
Sigamos em frente construindo o futuro!



“Caminhante, não há caminho, o caminho se faz ao caminhar”.
Antonio Machado