quarta-feira, 8 de agosto de 2012

ENTREVISTA ESPECIAL

ELOY AVELINO
“É preciso que o eleitor fique atento à questão da governabilidade, votando em candidatos que irão apoiar o futuro prefeito.”



um dos segredos guardados a sete chaves na pré-campanha de Neto Barros a prefeito de Baixo Guandu dizia respeito ao nome do seu vice na coligação do PCdoB com os partidos que o apóiam. Como era de se esperar, alguns nomes vinham sendo cogitados antes do registro final das chapas que estão concorrendo ao pleito municipal deste ano, todos com perfil adequado ao cargo, mas, cada um deles, com potencial importância estratégica em outras funções onde deverão ser mais úteis à próxima administração municipal, caso Neto Barros saia vitorioso da disputa eleitoral, que já começou para valer.
No “apagar das luzes”, o nome escolhido pelo candidato foi o do empresário guanduense Eloy Avelino, 45 anos, técnico agrícola e graduado em gestão ambiental, casado com Flaviana Avelino e pai de um casal de filhos, amigo de infância de Neto e, também por isto, homem de inteira confiança na tarefa conjunta de garantir as mudanças necessárias para que o Guandu trilhe por um caminho bem diferente, em todos os sentidos, a partir de janeiro de 2013.
Nesta entrevista, Eloy fala, dentre outras coisas, da sua trajetória bem-sucedida como empresário da construção civil, da intenção de não ser apenas um “quadro figurativo” na próxima administração municipal e da necessidade “para lá de urgente” de resgatar a dignidade do guanduense – principalmente a do menos favorecido –, lutando pela volta do pleno exercício dos direitos fundamentais daqueles seus conterrâneos que ainda estão à margem das decisões políticas, econômicas e cidadãs de Baixo Guandu.
O Guanduense – O senhor é nascido e criado em Baixo Guandu. Como foi sua trajetória até chegar a ser um bem-sucedido empresário da construção civil?
Eloy Avelino – Em 1986, com o afastamento de meu pai da empresa, assumi os negócios da família, posição que ocupo até hoje. Mas, antes, já vinha me preparando para assumir essa responsabilidade.
O Guanduense – E sua incursão na política, como se deu?
Eloy Avelino – Eu sempre estive ao lado do Neto, chegando a ser candidato, não eleito, a vereador, para ajudar a elegê-lo também à Câmara Municipal, o que acabamos conseguindo, em 2000. E agora estamos juntos de novo nessa nova luta.
O Guanduense – O fato de o senhor ser ligado ao esporte influenciou nas questões políticas?
Eloy Avelino – Fui campeão várias vezes em algumas modalidades amadoras, como futebol de campo, voleibol... Gostava de organizar e participar de competições esportivas.
O Guanduense – Isso o tornou mais popular, imagina-se.
Eloy Avelino – Sim, e acabei sofrendo até perseguições políticas por isso, o que, aliás, é uma característica no Guandu: os que pretendem fazer alguma coisa em favor do município, seja no esporte, na cultura, no lazer, enfim, naquilo em que a cidade possa progredir, acabam sofrendo perseguições por parte daqueles que não se interessam – sabe-se lá por que – pelo progresso de Baixo Guandu.
O Guanduense – Umas das citações mais recorrentes entre a população do Guandu é a de que estas eleições já estariam definidas em favor do Neto Barros. O senhor comunga dessa opinião?
Eloy Avelino – De maneira alguma. Uma coisa é a reação da população à péssima administração que o Guandu vem experimentando há quase oito anos; outra é a resposta nas urnas. Temos visto multidões acompanhando as reuniões de bairro do PCdoB e partidos aliados. Nas ruas, nossa candidatura é defendida aos quatro cantos, sem falar na demonstração popular de rejeição à atual administração e ao seu mandatário.
O Guanduense – Mas tudo isso só reforça essa tese popular do “já ganhou”, não?
Eloy Avelino – Nós não devemos subestimar nossos adversários, que já deram e continuam dando mostras de que os fins justificam os meios para conseguirem se perpetuar no poder. Agora mesmo, a imprensa já fala em candidato com milhares de reais em casa, para gastar na campanha; lotes estão sendo distribuídos irresponsavelmente pela prefeitura, sem um mínimo de infraestrutura para construção das casas; há denúncias de comícios do candidato da situação com a participação de conjuntos musicais e de doações irregulares de diversos materiais, o que é expressamente proibido pela legislação eleitoral.
O Guanduense – Em se provando esse comportamento não seria a primeira vez que o candidato do PSB  estaria envolvido em irregularidades desse tipo...
Eloy Avelino – Sim, só que, agora, como candidato, porque, como juiz, ele já foi punido pelo Tribunal Eleitoral pelas irregularidades cometidas nas eleições de 2010.
O Guanduense – Como o senhor analisa a campanha do PCdoB junto aos partidos a ele coligados nestas eleições?
Eloy Avelino – Campanha que na verdade começou há dez anos, quando Neto Barros passou a se reunir rotineiramente com as comunidades do Guandu, fazendo um trabalho de conscientização, debatendo os problemas do município, ouvindo a população nas suas pequenas, médias e grandes aspirações coletivas. O povo comprou essa idéia e os partidos, naturalmente, foram se enquadrando nesse modelo participativo e se aliando à causa.
O Guanduense – Como será, na prática, sua participação como vice-prefeito numa possível administração Neto Barros?
Eloy Avelino – Com toda certeza não serei um quadro figurativo. Estarei junto às comunidades sempre que o Neto precisar ser representado e não puder estar presente naquele momento. O trabalho que citei na sua pergunta anterior vai ter continuidade independentemente de qual for o resultado dessas eleições.
O Guanduense – Até que ponto a tentativa de compra de votos, por parte do grupo adversário, o preocupa?
Eloy Avelino – Nós já fomos vitimas dessa prática inescrupulosa, quando esse mesmo grupo que aí está, apoiando o nosso adversário, derramou milhares de reais nas eleições de 2004, 2006 e 2008. Em 2010, a tática da compra de voto já não funcionou. Prova disso é que Neto Barros ganhou em todas as urnas do município para deputado estadual. Hoje, tudo mudou. As pessoas de bem, os jovens, os trabalhadores, as donas de casa, os homens e mulheres da terceira idade, têm outra visão de futuro para Baixo Guandu e não caem mais nessa cilada de compra de votos. Todos agora estão conscientizados de que o nosso município não pode mais ser administrado por um grupo de aventureiros.
 O Guanduense – Gostaria de saber sua opinião sobre outro tema importante nestas eleições, que é a necessidade de o prefeito eleito ter a maioria dos vereadores afinados com a administração municipal, sob pena de fracassar pelo entrave político-ideológico que poderá inviabilizar boa parte dos projetos traçados para a governança.
Eloy Avelino – Quando se fala que a eleição já está decidida, é bom que se preste atenção nesse problema. Sem a maioria na Câmara, nenhum prefeito tem condições de governar com tranqüilidade, tendo a maioria dos vereadores emperrando e rejeitando projetos de interesse da população. É preciso que o eleitor fique atento à questão da governabilidade, votando em candidatos que irão apoiar o futuro prefeito.
O Guanduense – Para terminar: elaborar ou copiar?
Eloy Avelino – (risos) Você deve estar se referindo ao programa de governo do nosso adversário. Nós não só elaboramos o nosso plano de governo, como o fizemos participativamente, com a experiência de vários anos ouvindo e debatendo com a comunidade as prioridades e principais metas de desenvolvimento para Baixo Guandu. Plano de governo é coisa séria.

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